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OS ELEMENTOS DA CABALA

TERCEIRA LIÇÃO

USO DO MÉTODO

Na lição anterior falei tão-somente das trinta e duas vias; falarei depois das cinqüenta portas. As idéias expressas pelos números e pelas letras são realidades incontestáveis.

Tais idéias encadeiam-se e se combinam como os números. Procede-se logicamente de um ao outro. O homem é o filho da mulher, porém a mulher procede do homem como o número da unidade. A mulher explica a natureza; a natureza revela a autoridade, cria a religião que serve de base à liberdade e que faz o homem dono de si mesmo e do universo, etc.

(Procurai um Tarô; creio porém que tendes um.) Disponde em duas séries de dez cartas alegóricas, numeradas de um a vinte e um. Vereis então todas as figuras que explicam as letras.

Quanto aos números, do um ao dez, encontrareis neles a explicação repetida quatro vezes, com os símbolos de paus ou cetro do pai; copas ou delícias da mãe, espadas ou combate do amor e ouros ou fecundidade. O Tarô se encontra no livro hieroglífico das trinta e duas vias e a explicação sumária dele encontra-se no livro atribuído ao patriarca Abraão, que se chama Sepher-Jezirah.

O sábio Court de Gebelin foi o primeiro que adivinhou a importância do Tarô, a grande chave dos hieróglifos hieráticos. Encontraram-se os símbolos e os números nas profecias de Ezequiel e de São João. A Bíblia é um livro inspirado, porém o Tarô é o livro inspirador, Também foi chamado de roda, rota, de onde se deduziram as formas taro e tora.

Os antigos rosa-cruzes conheciam-no e o marquês de Suchet fala dele em seu livro acerca dos iluminados. Deste livro é que surgiram nossos jogos de cartas. As cartas espanholas ainda possuem os principais signos do Tarô primitivo e são utilizados para jogar o voltarete ou jogo do hombre, reminiscência vaga do uso primitivo de um livro misterioso que contém as sentenças reguladoras de todas as divindades humanas.

Os três Tarôs antigos eram feitos de medalhas que depois seriam de talismãs. As chavetas ou pequenas chaves de Salomão eram compostas por trinta e seis talismãs, tendo setenta e duas estampas semelhantes às figuras hieroglíficas do Tarô. Estas figuras, alteradas pelos copistas, encontram-se ainda nas várias chavetas manuscritas que se encontram nas bibliotecas. Existe um desses manuscritos na Biblioteca Nacional e outro na Biblioteca do Arsenal.

Os únicos manuscritos autênticos delas são os que mostram a série dos trinta e seis talismãs com os setenta e dois nomes misteriosos; os demais, ainda que antigos, pertencem às quimeras da magia negra e não são mais que mistificações. Vede, para a explicação do Tarô, o meu Dogma e Ritual da Alta Magia (N. dos T. - Existe tradução brasileira da obra ).

Vosso na sagrada ciência.

ELIPHAS LEVI


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